Fabinho admite dificuldade do Corinthians e dá prazo por novos reforços

Fabinho Soldado foi apresentado como novo executivo de futebol do Corinthians neste sábado, duas semanas após iniciar os trabalhos no clube. O dirigente teve papel importante na condução da contratação do técnico António Oliveira, ex-Cuiabá.

Sem prometer reforços, Soldado disse que o clube terá de ter criatividade em busca de contratações e que a base será importante aliado na construção de uma equipe competitiva para a temporada. O executivo revelou uma reunião com António Oliveira para direcionar a busca no mercado.

– A dificuldade existe, de mercado. Vamos precisar ser criativos, já estamos sendo, pensar em soluções dentro das nossas condições para que a gente consiga reforçar a equipe, fazendo contratações pontuais e importantes para que tenhamos um elenco mais qualificado. Isso vai passar pelo nosso treinador, tenho uma reunião com ele após o treino. Para olhar para dentro do nosso elenco, formatação em relação à quantidade, posição e até mesmo qualidade. Estamos acelerando essa trabalho para que consigamos estar com uma equipe ainda mais qualificada – disse Fabinho.

O novo executivo do Corinthians disse que o clube segue negociando para finalizar as contratações do meia-atacante Igor Coronado e do lateral Matheuzinho. Fabinho estipulou um prazo para a chegada de reforços ao clube.

– Matheuzinho está muito aberto. Tem o interesse no atleta, importante falar que o atleta está muito fechado com a gente, quer o Corinthians e estamos por detalhes. Estamos conversando com o Flamengo e esperamos resolver a situação. O atleta está com muita ansiedade em estar com a gente. Temos o desejo, o Flamengo também, mas enquanto não tem acerto não posso comentar. Sobre o Igor, a gente fala daquilo que está acerto. Não sei o que o agente tem postado. A gente passa por vários nomes, o Igor é analisado como tantos atletas. A gente tem o trabalho proativo. Quando tiver algo concreto e fechado vou vir e comunicar para todos vocês .

– Minha primeira data é 16. Temos até dia 16 para tentar trazer algum jogador. As outras datas, janela, temos até dia 22 a Copa do Brasil, mas o trabalho está sendo bem direcionado a essa data do limite para que a gente consiga fazer algum movimento. São difíceis. As outras vou conversar ainda com o mister, português tem essa mania, aqui é professor, para programar tudo isso. Data, características, necessidade do elenco, fazer um trabalho organizado, para que a gente consiga entender para onde estamos indo. Sabemos que vão acontecer situações de derrotas, difíceis, mas quando tem o caminho planejado a coisa tende a dar certo. Estou muito focado no dia 16 revelou – disse.

Fabinho Soldado admitiu que o Corinthians esbarrou no regulamento do Campeonato Paulista para o acerto com o técnico Márcio Zanardi, do São Bernardo. O dirigente considera que o clube agiu rápido na busca por um substituto para o demitido Mano Menezes.

– Não tem muita dificuldade, até porque se passam vários nomes. Acho que tem noção de quantos nomes a gente recebe. Foram todos analisados, e o Márcio Zanardi acabou na situação do campeonato. Vejo com muita tranquilidade. O Corinthians não demorou para agir no mercado, pelas convicções que tínhamos, da característica que pretendíamos ter. A busca foi cirúrgica, não demorou. A gente tinha um direcionamento muito claro e foi feito o acerto, está aí o António e a vida segue. É olhar para frente e dar apoio para esse treinador.

– É inadmissível ter cinco derrotas seguidas. Mas mesmo em meio a dificuldade, temos que ter tranquilidade. Para fazer 70 jogos no ano precisa de elenco, da base, a gente está muito atento aos detalhes para que possamos organizar o clube, olhar para frente – disse Fabinho.

Fabinho foi um volante de carreira importante no futebol brasileiro. O ex-jogador defendeu e foi campeão em clubes como Internacional, Santos e Fluminense, além de ter atuado no Flamengo e no futebol japonês. As principais conquistas foram pelo Inter, onde foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 2006.

O apelido de "Soldado", adotado como uma espécie de sobrenome, é uma marca registrada desde os tempos de jogador, já que costuma chamar as pessoas pelo adjetivo. Agora, o soldado está a serviço do Corinthians.

Veja outros trechos da coletiva de Fabinho Soldado:

Filosofia de trabalho

– Agora é Corinthians. Preciso construir uma nova história. O que fiz não vai apagar, me trás uma bagagem grande e por isso que estou aqui, mas preciso construir uma nova história. Estou realizando um sonho, que não consegui jogar, está aqui o Chicão que teve esse privilégio. Não tive esse prazer, mas agora estou tendo como dirigente. Estou entusiasmado. Fui muito bem recebido. Estamos em uma transição, faz parte e estamos com muita esperança entendendo que é possível tão logo estar fora dessa situação.

Clima no elenco

– A gente está auxiliando, as funções do executivo elas passam por diversas situações, e uma delas é esse dia a dia, estar próximo do treinamento. Estou focado em relação a isso, às contratações e me aproximar dos atletas. Entender características, necessidades, a nova comissão. A gente precisa acelerar esse processo porque temos um jogo amanhã. Não temos muito tempo, mas o que favorece é isso, conhecia a grande maioria dos jogadores, sei da qualidade.

– É isso que eu quero, passar experiência de vida prática no campo, para a gente trabalhar bastante e sair desse momento que a gente sabe que o Corinthians vai sair, mas temos que agir. Ser cirúrgicos para buscar nosso objetivo. Torcedor tem nos ajudado. Jogar contra o Corinthians é difícil, a gente sabe da grandeza do lugar que estamos e da responsabilidade que é levar esse clube para onde ele merece.

Quase jogador do Corinthians

– Gostaria de contar um fato que aconteceu comigo. Em 1997, eu fiz um excelente campeonato pela Ponte Preta, conseguimos o acesso para a Série A, e no ano seguinte eu estava me apresentando no Parque São Jorge, mas alguns problemas clínicos eu acabei retornando. Aquilo que era uma alegria, acabou se tornando uma frustração. Não consegui jogar no Corinthians e realizar esse sonho. Hoje recebo uma camisa com meu nome. Não vou estar dentro de campo, mas vou estar de um lado importante para que a gente consiga fazer um trabalho de excelência. Espero transformar todas as expectativas em realidade.

Acerto com António Oliveira

– Não quero me aprofundar nesse detalhe. O que posso dizer é que eles receberam a ligação. Se ele entende que não foi o momento devido, eu respeito. Mas pode ter certeza que pessoalmente liguei e falei do interesse.

Nova divisão do futebol

– Só me sinto fortalecido. É mais uma força que chega, vai ser adjunto do Rubens, Alba chega para dar esse apoio e para mim é extraordinário. O dia a dia do CT é de alto nível daquilo que se tem em outros clubes. Minha figura é mais da execução, tem questão de orçamento, estrutura, e tenho o Rubens e agora o Alba que vai nos dar um apoio numa parte mais estatutária, que a gente também precisa. Só vejo o Corinthians ainda mais forte. Certamente ali na frente vamos colher os frutos. Demanda tempo, primeiro precisamos sair dessa situação inadmissível, os jogadores já sabem disso, já conversamos, para depois começar a pensar a curto, médio e longo prazo.

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