Duilio explica por que comprou briga para contratar Cuca e não quis Dorival

Duilio explica por que comprou briga para contratar Cuca e não quis Dorival
Divulgação

Em encontro promovido pelo Corinthians com jornalistas, na Neo Química Arena, nesta sexta-feira, o presidente Duilio Monteiro Alves passou a limpo suas escolhas para o comando técnico da equipe ao longo de seus três anos de mandato (de 2021 a 2023). O dirigente deu, inclusive, satisfações sobre a decisão de "comprar a briga" e contratar Cuca.

Cuca comandou a equipe por dois jogos, em abril, e saiu depois de uma pressão externa por ter sido condenado por estupro, em 1989, na Suíça. Nesta sexta, Duilio voltou a falar que acreditou na palavra do treinador sobre sua inocência.

— Alguma coisa eu imaginei, que teria de problema. Mas o jurídico aprovou, o compliance aprovou. Não fiz nada sem o compliance aprovar. Quis comprar essa briga porque a repercussão não era absurda até então, dava para comprar. Vocês são competentes e nunca tinham tocado no assunto. Cuca me passou segurança. Conversei com ele e a esposa. Quando anunciei a saída do Vítor, o Cuca era técnico do Atlético-MG. Não existia isso. Me passou segurança, de que não fez, não tem nada, não tem prova. Foi isso. Ele era o perfil vencedor, de momento delicado e que estava disponível — explicou.

No cargo mais alto do Timão desde janeiro de 2021, Duilio teve em seu mandato sete técnicos: Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira, Cuca, Fernando Lázaro, Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes, além do interino Danilo, do sub-20, em um jogo.

Depois da saída de Cuca, de forma conturbada, especulou-se que o Timão poderia buscar Dorival Júnior, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil com o Flamengo e, atualmente, campeão da Copa do Brasil com o São Paulo. Dorival, porém, não foi escolhido. Nem mesmo antes, quando Fernando Lázaro assumiu, no fim do ano passado.

— Dorival é paizão. Saiu do Flamengo por isso. Deu dois meses de férias, era parceiro dos caras. Não queríamos alguém assim. O Vítor era muito duro. O Lázaro era um cara nosso. É bom profissional, mesmo sendo paizão. Melhor que um cara de salário alto. E tinha sido tentado o Tite. Não dava para esperar, pré-temporada era dezembro. Fizemos com o Lázaro. Pegamos um início de trabalho todo. Infelizmente, não funcionou.

Com tantos nomes e perfis diferentes, Duilio admitiu que houve certa incoerência nas escolhas, mas reafirmou que fez o que era possível para o momento, levando em conta a disponibilidade de mercado.

— Isso é muito bonito de se falar. Presidente não estabelece como vai jogar, depende do elenco que você tem. Não pode fugir do que tem de elenco. Se você tem um cara agressivo na marcação, lá... Mas depende de quem está no mercado, do aceite ou não do treinador. Todos querem alguém que ganhe. Quando trouxemos o Tiago Nunes era para mudar a forma de jogar. Todo mundo gostou. Tem incoerências? Tem. Mas o Mancini já estava. Sylvinho e Vitor não tinha muita diferença. E depois os que vieram foi o que a gente conseguiu. Fernando seria uma linha para voltar ao Tite.

"Mano é o futuro"

Atualmente, o comandante da equipe é Mano Menezes, com contrato até o fim de 2025. A decisão de demitir Luxemburgo e abrir espaço para contratar o ex-técnico do Internacional passou por um pensamento futuro.

— Tem muita coisa de momento no futebol. Hoje, para mim, o melhor treinador que poderia estar aqui, está. Pelo que a gente tem pela frente, renovações, análise, montagem de elenco e time. Já fez isso aqui mais de uma vez e é campeão. Não achávamos que era o Dorival. Tentamos trazer o Tite todas as vezes que teve troca. Nem conversamos porque já tinha ficado claro que não iria trabalhar — citou, falando do atual técnico do Flamengo.

Duilio negou que a demissão de Luxa tenha tido a ver com a possibilidade de contratar Tite, que já negociava com o Flamengo.

— Não foi por isso a demissão do Vanderlei, foi por coisas do dia a dia. Muito se fala de pressão da torcida. Foi porque você tem que... A conversa que tive com o Alessandro no dia seguinte do jogo contra o Fortaleza, é que o presidente não ficaria, o diretor não vai estar no próximo ano, o Vanderlei também não estaria. Um falou de Tite e outro falou de Mano.

— Quando você tem um barco sem comandante.... Os jogadores vão jogar para quem? Ficou meio sem rumo. Com o empate (na primeira semi contra o Fortaleza, na Sul-Americana), entendemos que precisávamos fazer algo para tentar reverter o jogo, mas também dar um futuro para o time. Não poderia ser o Vanderlei a definir quem renova ou não. E aí foi também dia a dia — encerrou.

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